quarta-feira, 25 de abril de 2012


AMERICAN PIE- O REENCONTRO

Fui assistir ao primeiro American Pie no cinema e não gostei nem um pouco. Depois em casa, alguém alugou, revi e achei engraçadinho. Na verdade mesmo nunca tendo sido um adolescente parecido com algum deles(juro que não) achei legal ver suas dúvidas, angústias e capacidade de fazer idiotices e se meterem em situações embaraçosas.

Fui ver o segundo e também não gostei, e nunca revi inteiro, mas lembrando não acho mais um filme ruim. Fui ver o terceiro e achei o melhor deles. Mas na verdade eles são bem parecidos e melhor ou pior é apenas uma questão de ser mais engraçado e/ou menos repetitivo.
13 anos depois volto ao cinema pra assistir o reencontro, e mesmo sem ser fã da série, acho legal reunir os mesmos personagens.

Na trama, a turma de 99 resolve marcar uma festa de reencontro e cada um deles terá que equilibrar o reencontro com suas vidas pessoais que estão bem diferentes é claro.

Como era de se esperar, o filme abusa de situações constrangedoras e apelativas para alcançar o riso, mas por vezes é bem sucedido nisso, e alguma cenas arrancam boas risadas e as vezes ainda fazem pensar(quem diria?). A cena de abertura além de muito engraçada é um tanto reflexiva. É claro que também há uma quantidade enorme de cenas bobas, nas quais a apelação não faz rir, e aquela famosa sequencia de problemas em cima de problemas muitas vezes soa previsível.

Mas entre erros e acertos o filme vale a pena ser visto, principalmente pela nostalgia e por no fundo ser uma boa e doce homenagem a amizade e ao amor, além de mostrar aos, agora adultos, o quanto eles faziam idiotices e olhar para os adolescentes e ver o quanto você se parecia com eles, é sempre interessante, seja positiva ou negativamente.

Nota 6,5

domingo, 15 de abril de 2012

Cairo 678

Quando eu tinha 14 anos, na escola o professor de história deu várias frases pra ver se a gente concordava ou não. Uma delas dizia: “Uma mulher que tem relações sexuais com diversos homens antes de casar não é uma mulher muito respeitável”. A maioria dos alunos concordou com isso, inclusive eu:

No ano seguinte em outra escola e também na aula de história, a professora mostrou as mesmas perguntas e a maioria concordou com essa. Até que a professora falou : E porque a mulher não merece respeito? O homem pode ter relações com várias mulheres, mas a mulher não? Depois disso vi o quanto era ridículo esse tipo de pensamento e passei a repudiar atitudes machistas, a ponto de ficar profundamente incomodado se vejo alguém falando mal de uma mulher, só porque ela está com roupa curta. Porém, mais do que homem machista, me incomoda é mulher machista, daquelas que acham que o homem tá certo em não valorizar mulher que tem relações com homens antes de casar.

Dito isso, fiquei profundamente incomodado e impressionado com as situações exposta no filme. A mulher pode sofrer assédio e não pode denunciar? Isso porque a sociedade vai pensar mal dela, a maioria vai achar que ela é culpada (se insinuando) e os que acharem ela certa não terão coragem de admitir. Triste isso.

Com isso ”Cairo 678” nos apresenta a 3 mulheres dispostas a mudar a situação. Uma que se separou e passou a dar aulas de defesas para mulheres, outra que foi a primeira mulher a dar queixa de assédio sexual e outra que passa andar com estilete para se vingar dos homens que assediam.

E o machismo aqui é ruim também para os homens. Um deles não consegue mais tocar mais na esposa, já que ela foi assediada por várias pessoas, já que isso é um motivo de vergonha pra ele. Outro ama sua noiva, mas sente que pode ser prejudicado se ela levar  queixa de assédio adiante e toda a família pede que ela retire a queixa. E um outro, tem que buscar de outra forma, o prazer sexual, já que sua mulher se recusa a ter relações e não se sente a vontade pra explicar o motivo. Todos perdem com isso. Seja a mulher que tem aceitar tudo e não fazer nada, seja o homem que vai ser motivo de vergonha se sua mulher não “andar na linha”.

Procurando mostrar o ponto de vista de vários personagens, o filme acerta em cheio ao mostrar todas as dúvidas, contradições e as complexidades dos personagens e uma dessas contradições, fica nítida quando uma delas faz um discurso machista dizendo que ela é assediada graças ao comportamento de outras mulheres, como se no fundo os homens tivessem razão de fazer isso. E como denunciar não é o normal, as coisas acabam ficando comuns, como se realmente o homem tivesse o direito de assediar, e a mulher tivesse que ficar quieta.
Grande filme
Nota-9

domingo, 1 de abril de 2012

Heleno

Heleno de Freitas nunca ganhou um título pelo Botafogo. Não entendia porque ele era tão importante para o clube. Ao ver o filme entendi o porquê. Pelo mesmo motivo que Vagner Love é tão importante para o Flamengo, mesmo sem título (como flamenguista espero que isso mude logo), Zico, Júnior e tantos outros foram tão importantes para a seleção Brasileira, mesmo sem terem ganho uma copa do mundo. Porque além de jogarem muita bola, ainda jogavam (joga no caso do Love) por amor a camisa que veste e com muita raça.


Heleno era arrogante, egocêntrico e com um péssimo temperamento, mas ver seu amor pelo clube faz ter orgulho de um jogador como ele, e estou falando do Botafogo, time rival do meu, o qual eu não tenho nenhuma simpatia. A cena no vestiário depois de um fracasso profissional é de emocionar qualquer um que goste de futebol e admira jogadores que dão o sangue pelo clube.


Mas o texto (ou pelo menos a intenção do mesmo) é sobre o filme; Que é excelente. Tem uma fotografia impecável, e o preto e branco passa a sensação de que não há muito glamour na vida dele, mesmo nos momentos de auge. É possível sentir que há qualquer momento tudo aquilo vai desabar. Isso se deve também ao grande trabalho de montagem, que passa de um tempo a outro sem que se torne confuso, alternando ao mesmo tempo entre a ascensão e a queda do jogador.


Mas a maior força do filme reside mesmo em Rodrigo Santoro: com uma atuação de craque, o talentoso ator demonstra arrogância, confiança, egocentrismo, mágoa, tristeza, alegria, decepção, raiva e principalmente, amor ao seu time. E todos que gostam de futebol devem admirar isso, não importa o time que torce.


Nota 9,5