sábado, 21 de setembro de 2013

Rush- no limite da emoção

Não conheço praticamente nada de fórmula 1 e só o que eu conhecia de Niki Lauda e James Hunt era seus nomes. Não sabia da rivalidade, de quem venceu o campeonato no ano em que se passa o filme e nem mesmo a nacionalidade de ambos.

Mas assim como eu amo “Cisne Negro” sem gostar de balé, amo a “Luta pela Esperança” sem gostar de boxe e gosto bastante de “O Homem que mudou o jogo” sem ter a mínima noção de como se joga é futebol americano, acredito que um filme que mostre o lado humano de seus personagens e sua relação com o esporte que pratica, pode sim, ser eficiente. E no caso de Rush-no limite da emoção, eu não entender de fórmula 1, ajudou a ser surpreendido pelos fatos reais do filme.

Ainda que eu seja fã de alguns filmes do Ron Howard(Uma mente Brilhante, Luta pela esperança e adoro O preço de um resgate e Frost/nixon) ele é considerado um diretor apenas correto que não ousa muito no que faz, logo deve ter havido muitas reclamações quando o escalaram pra comandar esse filme.

Porém, assim como os personagens do filme, Ron dá um show na direção, comandando tudo com precisão; Assim não só as cenas de corrida são incríveis, como o filme é empolgante e frenético o tempo inteiro e tem grande visual; E nada disso rouba o que tem de mais importante no longa, que é a relação rival entre os dois pilotos, e aí que também tem que se aplaudir o roteiro de Peter Morgan(o mesmo roteirista de Frost/Nixon) e as atuações de Daniel Brühl e Chris Hemsworth.

Essa rivalidade aliás, em alguns momentos lembra o também excepcional O Grande Truque, já que em ambos os casos o objetivo de um é sempre superar o outro e mesmo sendo antagonistas natos, eles tem mais em comum do que imaginam e mesmo sem admitirem, sente respeito e enxergam no rival uma motivação constante pra continuarem sempre melhorando. E nesse filme, esse fato vai gerar cenas comoventes.

Se o filme é 100% fiel a realidade, eu não faço a menor ideia , mas o que é visto é de fascinar os fãs do esporte, os leigos e talvez até quem odeie, e se tem uma coisa que um filme nunca deve fazer, é ser feito apenas para fãs. E o resultado aqui está muito longe disso.
Absolutamente espetacular


Nota-10

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Invocação do Mal

Depois de uma excelente sequencia inicial, o filme diz que é baseado em fatos reais e mostra o casal de “demonólogos” como pessoas respeitadas pela igreja e que a história mais apavorante deles permanece oculta. Se está oculta, como descobriram pra fazer o filme? Mas ok, o importante mesmo é como tudo vai ser contado.

Um casal e suas 5 filhas se mudam para uma casa no meio do nada(sempre né?) e lá são assombrados por todos os clichês do gênero. Tem de tudo: Alguém vê alguém que mais ninguém vê, susto fáceis provocados pelo som, falta de luz acesa em quase todas as cenas, seres que não são gays , (e nem de Nárnia) mas que ficam no armário, barulhos sinistros,gente gritando de repente e por aí vai. E é aí que eles serão ajudados pelo famosos casal do parágrafo anterior.

Mas ora, clichês podem ser bem usados né? E é aí que Invocação do Mal se diferencia de milhares de exemplares do gênero que acham que qualquer historinha sobrenatural com sustos aqui e alí já garantem um bom filme. Aqui o nível é outro e apesar de ter os clichês, o filme vai bem além disso. Dá medo.

Não sei até que ponto vai o compromisso da história com a realidade, mas o fato é que ela é boa, tensa e bem contada, e fazer associação com a bruxaria em Salem e com burocracias da igreja, torna tudo mais crível. E pra ficar melhor, o roteiro ainda deixa claro que o casal por mais entendido que seja em coisas sobrenaturais, são pessoas que procuram lógica pra tudo, o que torna mais assustador e fácil de crer quando é algo fora do normal que está em cena. Dito isso diálogos como “eu não acredito em vampiros” ou “quase tudo tem explicação lógica” acabam funcionando muito bem. E elogiar trilha sonora, som, direção de arte e fotografia em filme de terror é como chover no molhado, já que isso quase sempre é eficiente.
Outro mérito, e esse sim mais raro, é a atuação do elenco que confere medo e desconforto aos personagens.

Mas o principal mesmo é a direção pulsante de James Wan. Ele mantém sempre a câmera no lugar onde vai causar mais medo e desconfiança, causa a sensação de quem tem semrpe alguém se aproximando, e seus movimentos rápidos casam perfeitamente com a montagem do filme que dá a sensação de que tem sempre algo tenso acontecendo(e tem mesmo). E pra completar ele várias vezes nos “obriga” a olhar pra algo que certamente vai nos assustar e nos dar pistas. É difícil por exemplo tirar os olhos(spoiler.... )do brinquedo da menina mais nova, da boneca, e no final me senti profundamente incomodado(no bom sentido) ao me sentir “trancado” dentro do quarto dos artefatos amaldiçoados. Afinal a porta é fechada por fora e o filme acaba nesse ambiente.

Sustos fáceis e clichês são facilmente perdoados quando eles vêm em um filme que não tá dá um minuto de paz.


Cotação *****