sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

50 tons de cinza

Anastácia é uma jovem virgem e inocente que se apaixona por um homem estranho, até que descobre que ele é um vampiro e, ops, filme errado. Na verdade ela descobre que ele é viciado em praticas sados-masoquistas.
Tudo começa quando a Anastácia vai fazer uma entrevista com o senhor Gray e pedido de sua amiga e logo se encanta pelo cara já acreditando que ele tem um bom coração(ai meu deus, ela diz isso assim que o conhece). Logo depois ela descobre os hábitos do sujeito e bom...continua se apaixonando por ele assim mesmo, ainda que a idéia do sexo violento a apavore.
Com diálogos que variam entre o ridículo e o insuportável, o filme em muitos momentos faz rir, justamente por se levar a sério demais e não perceber o quanto é patético.
“eu não faço amor, eu fodo com força”
-Esse é meu quarto de jogos
-Seu x box e outras coisas? 
Mas a verdade é que esses diálogos poderiam ser perdoados se a história do casal fosse minimamente interessante. Vividos por um ator péssimo e uma atriz até razoável(pode ter sido vítima da personagem), Ana e Gray formam um casal que não devem ter muitos amigos, já que pouca gente os aguentariam.

Ele, apesar de bonito bem sucedido e parecer preocupado com causas sociais(hahahahaha), é um cara egoísta, machista e dominador que deixa bem claro que é ele que manda na relação . Ele não gosta de cinema, jantar, flores e nem de dormir com a mulher(no sentido literal)
Ela embora tente mostrar seu lado menos submissa e falar com autoridade às vezes, não convence dessa forma já que suas atitudes na maioria do filme demonstram outra coisa.

Com isso o filme levanta outra discussão(olha, ele serve pra isso). É um filme machista?

Por um lado, a mulher tem o direito de querer ser dominada, nada é forçado e blá blá blá. Por outro lado, Ana jamais parece se sentir a vontade com nada daquilo, o que a torna apenas submissa ao cara que ama, como se prazer sexual fosse coisa só pra homem. E as fracas cena de sexo contribuem pra isso, já que são extremamente mecânicas, como se o casal estivesse atuando e não gostando(ela menos ainda).
Mas o momento mais inacreditável do longa é quando conhecemos o teor do contrato entre o dominador e a submissa.
Ela não pode tocá-lo, não pode beber, só come o que ele permite, além de cláusulas que prever acessórios como “grampos vaginais”, “plugs anais” e outras bizarrices. Aliás o quarto de jogos dele é algo bem pesado, mas que na prática não acontece(não sei se virá nos outros filmes). É um filme que sugere muito e mostra pouco.
Mas no fim das contas, assim como crepúsculo, 50 tons de cinza é uma história de amor, e a julgar por esse filme que encerra a projeção com uma “rima” ridícula com outra cena, eu não sei se quero saber como termina.

Nota 0

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Caminhos da Floresta



Acho legal quando um diretor de teatro resolve se aventurar no cinema. Porém isso não quer dizer que ele saiba fazer isso bem e infelizmente Rob Marshal não parece ter a menor noção de algumas coisas.
É verdade que Chicago é um grande filme, mas tinha ótimo roteiro, ótimas músicas e ótimas atuações, além de toda a parte técnica impecável. De seus filmes seguinte, só sobraram de bom as partes técnicas. Memórias de uma Gueixa, Nine, Piratas do caribe 4 e agora esse Caminhos da Floresta que é disparado seu pior filme.

A história(na falta de um termo melhor) é a seguinte:

Um padeiro e sua esposa não podem ter filhos(não sei pra que o marido queria, mas ok) e uma bruxa logo aparece pra explicar o porquê. Na verdade eles estão sob um feitiço que a bruxa jogou na família por conta do pai do padeiro que no passado foi o responsável pela história da Rapunzel. Logo a bruxa avisa que o feitiço pode ser quebrado se o casal conseguir uma vaca branca, um sapato de cristal, um cabelo amarelo e um capuz vermelho.

Na teoria a idéia é ótima; Na prática é como uma comédia sátira sem vergonha de atirar pra todos os lados e não acertar nada satisfatoriamente. 

Tudo isso filmado pelo diretor como se fosse uma peça de teatro; aliás os filmes dele costumam ser assim. O público sempre parece estar na beira do palco.

Mas  a filmagem ruim, nem é a pior coisa do longa. O roteiro do filme é absolutamente ridículo (na falta de termo pior) . Além de músicas ruins, e diálogos toscos (“a gente precisa se separar pra ficar juntos”) o filme ainda tenta explicar o que já está claro, como na cena que Cinderela fica presa no piche e começa a cantar tudo que está acontecendo como se o público não pudesse perceber sozinho. E pra piorar, o príncipe ainda espera ela terminar pra continuar atrás dela. Ok, musical tem dessas coisas, mas é preciso muita boa vontade pra achar que o príncipe ainda continuaria atrás dessa cinderela, ainda mais depois do que acabara de ver.Aliás a cinderela interpretada(na falta de termo melhor) por Anna Kendrick deve ser uma das piores que já vi.

Pra piorar o filme ainda tem soluções estapafúrdias (milho no lugar de cabelo quase me fez chorar) e o desfecho da bruxa é péssimo. É como se Meryl Streep gritasse: “cansei dessa porcaria, estou indo embora”
Aliás Meryl Streep tem possivelmente a pior atuação de sua gloriosa carreira; É verdade que a culpa maior é do roteiro ao transformá-la numa bruxa caricata e escandalosa, mas isso não muda o fato de que a indicação dela ao Oscar é mais vergonhosa que a de Laura Dern por “Livre”.

Mas no fim das contas todo o elenco sofre muito com os personagens que são obrigados a interpretar e é raro ver um momento mais inspirado de algum deles.

E quando parece que tudo vai acabar, uma sub-trama forçada, ridícula e desnecessária invade o filme prolongando o sofrimento por mais 40 minutos.

Ruim de doer

Nota 2