Acho legal quando um diretor de teatro resolve se aventurar
no cinema. Porém isso não quer dizer que ele saiba fazer isso bem e
infelizmente Rob Marshal não parece ter a menor noção de algumas coisas.
É verdade que Chicago é um grande filme, mas tinha ótimo
roteiro, ótimas músicas e ótimas atuações, além de toda a parte técnica
impecável. De seus filmes seguinte, só sobraram de bom as partes técnicas.
Memórias de uma Gueixa, Nine, Piratas do caribe 4 e agora esse Caminhos da
Floresta que é disparado seu pior filme.
A história(na falta de um termo melhor) é a seguinte:
Um padeiro e sua esposa não podem ter filhos(não sei pra que
o marido queria, mas ok) e uma bruxa logo aparece pra explicar o porquê. Na
verdade eles estão sob um feitiço que a bruxa jogou na família por conta do pai
do padeiro que no passado foi o responsável pela história da Rapunzel. Logo a
bruxa avisa que o feitiço pode ser quebrado se o casal conseguir uma vaca
branca, um sapato de cristal, um cabelo amarelo e um capuz vermelho.
Na teoria a idéia é ótima; Na prática é como uma comédia
sátira sem vergonha de atirar pra todos os lados e não acertar nada
satisfatoriamente.
Tudo isso filmado pelo diretor como se fosse uma peça de
teatro; aliás os filmes dele costumam ser assim. O público sempre parece estar na
beira do palco.
Mas a filmagem ruim,
nem é a pior coisa do longa. O roteiro do filme é absolutamente ridículo (na
falta de termo pior) . Além de músicas ruins, e diálogos toscos (“a gente precisa
se separar pra ficar juntos”) o filme ainda tenta explicar o que já está claro,
como na cena que Cinderela fica presa no piche e começa a cantar tudo que está acontecendo
como se o público não pudesse perceber sozinho. E pra piorar, o príncipe ainda
espera ela terminar pra continuar atrás dela. Ok, musical tem dessas coisas,
mas é preciso muita boa vontade pra achar que o príncipe ainda continuaria
atrás dessa cinderela, ainda mais depois do que acabara de ver.Aliás a
cinderela interpretada(na falta de termo melhor) por Anna Kendrick deve ser uma
das piores que já vi.
Pra piorar o filme ainda tem soluções estapafúrdias (milho
no lugar de cabelo quase me fez chorar) e o desfecho da bruxa é péssimo. É como
se Meryl Streep gritasse: “cansei dessa porcaria, estou indo embora”
Aliás Meryl Streep tem possivelmente a pior atuação de sua
gloriosa carreira; É verdade que a culpa maior é do roteiro ao transformá-la
numa bruxa caricata e escandalosa, mas isso não muda o fato de que a indicação
dela ao Oscar é mais vergonhosa que a de Laura Dern por “Livre”.
Mas no fim das contas todo o elenco sofre muito com os
personagens que são obrigados a interpretar e é raro ver um momento mais
inspirado de algum deles.
E quando parece que tudo vai acabar, uma sub-trama forçada,
ridícula e desnecessária invade o filme prolongando o sofrimento por mais 40
minutos.
Ruim de doer
Nota 2
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