terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Caminhos da Floresta



Acho legal quando um diretor de teatro resolve se aventurar no cinema. Porém isso não quer dizer que ele saiba fazer isso bem e infelizmente Rob Marshal não parece ter a menor noção de algumas coisas.
É verdade que Chicago é um grande filme, mas tinha ótimo roteiro, ótimas músicas e ótimas atuações, além de toda a parte técnica impecável. De seus filmes seguinte, só sobraram de bom as partes técnicas. Memórias de uma Gueixa, Nine, Piratas do caribe 4 e agora esse Caminhos da Floresta que é disparado seu pior filme.

A história(na falta de um termo melhor) é a seguinte:

Um padeiro e sua esposa não podem ter filhos(não sei pra que o marido queria, mas ok) e uma bruxa logo aparece pra explicar o porquê. Na verdade eles estão sob um feitiço que a bruxa jogou na família por conta do pai do padeiro que no passado foi o responsável pela história da Rapunzel. Logo a bruxa avisa que o feitiço pode ser quebrado se o casal conseguir uma vaca branca, um sapato de cristal, um cabelo amarelo e um capuz vermelho.

Na teoria a idéia é ótima; Na prática é como uma comédia sátira sem vergonha de atirar pra todos os lados e não acertar nada satisfatoriamente. 

Tudo isso filmado pelo diretor como se fosse uma peça de teatro; aliás os filmes dele costumam ser assim. O público sempre parece estar na beira do palco.

Mas  a filmagem ruim, nem é a pior coisa do longa. O roteiro do filme é absolutamente ridículo (na falta de termo pior) . Além de músicas ruins, e diálogos toscos (“a gente precisa se separar pra ficar juntos”) o filme ainda tenta explicar o que já está claro, como na cena que Cinderela fica presa no piche e começa a cantar tudo que está acontecendo como se o público não pudesse perceber sozinho. E pra piorar, o príncipe ainda espera ela terminar pra continuar atrás dela. Ok, musical tem dessas coisas, mas é preciso muita boa vontade pra achar que o príncipe ainda continuaria atrás dessa cinderela, ainda mais depois do que acabara de ver.Aliás a cinderela interpretada(na falta de termo melhor) por Anna Kendrick deve ser uma das piores que já vi.

Pra piorar o filme ainda tem soluções estapafúrdias (milho no lugar de cabelo quase me fez chorar) e o desfecho da bruxa é péssimo. É como se Meryl Streep gritasse: “cansei dessa porcaria, estou indo embora”
Aliás Meryl Streep tem possivelmente a pior atuação de sua gloriosa carreira; É verdade que a culpa maior é do roteiro ao transformá-la numa bruxa caricata e escandalosa, mas isso não muda o fato de que a indicação dela ao Oscar é mais vergonhosa que a de Laura Dern por “Livre”.

Mas no fim das contas todo o elenco sofre muito com os personagens que são obrigados a interpretar e é raro ver um momento mais inspirado de algum deles.

E quando parece que tudo vai acabar, uma sub-trama forçada, ridícula e desnecessária invade o filme prolongando o sofrimento por mais 40 minutos.

Ruim de doer

Nota 2

Nenhum comentário:

Postar um comentário