segunda-feira, 29 de julho de 2013

Wolverine-Imortal

Mesmo não conhecendo os gibis, o universo dos X-men é algo que me encanta. Toda a questão envolvendo o medo e/ou preconceito que as pessoas sentem em relação aos que são “diferentes” me interessa bastante. A questão da cura apresentada no terceiro filme da série também é algo que adoro. Será que é justo condenar os que querem ser “curar” e admirar os que querem ser aceitos assim?

Dito isso, esse “Wolverine-Imortal” incomoda muito ao abrir mão de toda a complexidade dos mutantes para ser apenas um filme de ação, e ainda que seja coerente dentro de toda a série, a verdade é que o resultado final é um mergulho muito raso em um “mar” tão profundo.

Na trama, Logan que tem mais pesadelos do que o pessoal dos filmes do Freddy Krueger(mas é ele que tem a garra) é chamado ao Japão para que um homem que ele salvou a vida, lhe faça uma proposta: A mortalidade; Que pode livrar o mutante da dor, já que ele continua sofrendo pela morte de Jean. Mas aí o homem morre e Logan tem que proteger sua neta que vai ser perseguida o filme inteiro por homens maus. Assim o famoso  Wolverine(que logo de cara parece o Jean Valjean de “Os Miseráveis”) vira um guarda costa.
Mas se assumindo como um filme de ação, o longa funciona. O roteiro, apesar de exagerar nas sequencias de pesadelos e flashbacks, consegue convencer bem em cada reviravolta do filme e se pensarmos nelas, veremos que teve pistas importantes pra essas surpresas. Além disso, as sacadas engraçadinhas do sempre ótimo Hugh Jackman é outro ponto positivo. E o que dizer da hilária cena no motel? ou da cena que ele encontra o noivo de sua nova protegida? Sim, o filme tem bons momentos.

Mas ainda que funcione como filme de ação, não deixa de ser decepcionante, e mesmo que a história do filme seja boa, a gente só descobre isso bem depois da metade do filme.

Bem melhor que o horroroso filme de 2009, mas longe de ser comparado aos 3 primeiros e ao “Primeira classe”. No fim, é um bom filme, mas não é um bom filme  dos X-men.

OBS: A cena pós créditos é sensacional.


Nota 6,5

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Homem de Aço


Assim como a nova trilogia do Batman, esse novo Superman se propõem  a contar uma história e não apenas repetir o que já foi visto em filme(s)anterior(es), o que já o torna anos-luz melhor que o patético “Espetacular Homem Aranha” que se limitava a contar a mesma história do filme do aracnídeo de 2002 com semelhanças inacreditáveis pra quem não se assume como remake. E se quando eu era criança, isso me divertiu em “Esqueceram de Mim”, agora que sou um pouquinho mais velho(só um pouco) isso me incomodou muito.

Um dos responsáveis pelo filme é Cristopher Nolan,que é um dos diretores da nova geração mais adorado de Hollywood (e um dos meu ídolos) que pelo visto virou também o queridinho da DC Comics(diretor e roteirista dos novos Batmans) e aqui assina como produtor e criador da história ao lado do roteirista David s Goyer.

Começando com uma longa sequencia em Krypton, o filme mostra que o planeta está passando por conflitos políticos fortes e pode ser destruído, e assim Jor –El decide enviar seu filho  Kal-El,recém nascido ,para a Terra que é um planeta onde “aparentemente tem vida inteligente”(gostei dessa frase).Na Terra vemos Kal-El(agora chamado de Clark) tendo que lidar com seus poderes e ao mesmo tempo esconde-los da humanidade.

Dito isso, é claro que vão surgir situações em que ele precisa controlar seus impulsos e não demonstrar  o poder que possui, como a já batida situação de sofrer humilhações de “colegas” de escola, assim como também vão surgir momento em que ele precisará usar o poder pra salvar pessoas.
Com tudo isso, o filme demora pra dizer ao público qual é o verdadeiro objetivo do vilão do filme, o que não é necessariamente um defeito, já que desde o início a gente percebe que o filme vai focar nos personagens sem apresentá-los superficiamente, assim até mesmo a Louis Lane vivida por Amy Adams ganha uma importância maior do que eu imaginava, e ela acaba sendo uma personagem interessante graças ao charme e talento da atriz. Aliás ela o Clark forma um casal simpático já que Henry Cavill também é carismático e te boa atuação. Já o vilão Zod, me parece mais uma caricatura vivida por um Michael Shannon que é especialista em personagens perturbados. Em papéis menores, mas importantes,  Kevin Costner e Diane Lane tem ótimas atuações.

Mas é no ponto de revelação do motivo do vilão, que o filme começa a desabar. Se os efeitos especiais já estavam me incomodando logo de cara, o que se vê na segunda metade do filme é de fazer parecer que Michael Bay dirigiu o longa. Explosões, correrias, efeitos especiais em uma quantidade inacreditável e exagerada, que torna tudo cansativo, e sendo assim as qualidades não técnicas do filme acabam soterradas em alguns dos escombros de alguma das 500 coisas que foram para o chão.
E pra piorar o filme ainda tem alguns diálogos constrangedores como por exemplo: “dizem que depois do primeiro beijo é só ladeira abaixo...Resposta: isso só vale se você beijar um humano”.

E já bem no final confesso que soou um tanto artificial ver Superman desesperado por conta de algumas possíveis vítimas que Zod pretendia fazer, uma vez que certamente houve muito mais vítimas em todos os prédios que explodiram nas cenas de luta.

O  filme não é ruim e ganha de lavada do pavoroso longa de 2006, mas isso não o torna mais do que um passatempo descartável que diverte bem pouco.

Nota-5,5

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Os Amantes Passageiros

Pedro Almodóvar é um diretor exagerado, e isso não é ruim; As situações que ele expõe seus personagens causam o riso e nos faz acreditar, até mesmo nos casos mais absurdos.

Porém, infelizmente, esse filme é uma série de equívocos; Não que a gente não ria de algumas situações e não que a gente deixe de acreditar nelas, o problema mesmo é que elas não sustentam o filme.
Logo de cara há uma cena desnecessária que aparece Antônio Bandeiras e Penélope Cruz que só estão lá pra que o público os veja, já que são completamente indiferentes pra história(???).

Aí depois com o avião no ar, somos informados que a aeronave está com problemas e é preciso encontrar um aeroporto livre pra pouso. Com isso, o piloco, co-piloto e passageiros começam a fazer confissões. E aí vem o maior demérito de todos; Em nenhum momento os personagens parecem estar a bordo de um avião com problemas, parece mesmo que eles estão é em uma grande sala conversando e isso já tira boa parte do impacto que a situação poderia causar, Aliás a única cena que gera algum suspense é resolvida 1 minuto depois.

Além disso, a história é muito ruim e o filme fica apenas nas piadinhas envolvendo sexo, homossexuais, drogas, e ainda que algumas sejam engraçadas, isso não o deixa muito a frente de comédias americanas e brasileiras que apelam pra esse tipo de humor e abrem mão de um bom conteúdo. Até uma situação que ameaça ser boa e irreal (como um bom filme de Almodóvar), logo vai ficando decepcionante(me refiro a ligação que um homem faz pra sua amante de dentro do avião ).

E pra piorar tem um número musical constrangedor, patético e sem propósito. Aliás esse é o grande problema de tudo. Não tem propósito,hum, e também não tem história, nem surpresas e nem muita ousadia.

Nota-4