segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os candidatos


A ideia não é má: Mostrar os bastidores de duas campanhas políticas e o quanto os candidatos precisam fingir e apelarem para o jogo sujo pra tentarem vencer a eleição.

Porém, infelizmente, o filme ultrapassa todos os limites do real, tirando toda a graça que as situações poderiam ter, e creio que nem José Serra(que em 2010 falou pra meninas bonitas darem mais chances aos rapazes que votassem nele)  seria capaz de tanta idiotice quanto os candidatos do filme. É difícil acreditar em 90% do que é visto na tela.

Pra se ter uma ideia, um deles cai nas pesquisas, depois que uma mensagem obscena dele, deixada por engano em uma secretária eletrônica de uma família se torna pública. Aí o que o imbecil resolve fazer mais tarde? Lançar na tv um vídeo quase pornô protagonizado por ele mesmo, e como se  isso já não fosse ridículo o bastante, a estratégia dele ainda funciona. Fica difícil saber quem é mais idiota: O candidato, os eleitores, o roteirista do filme(meu voto), os atores que aceitaram isso, ou o público que continua no cinema depois de testemunhar tal cena.
Pra piorar, o filme ainda acha que qualquer cena com palavrão ou baixaria é naturalmente engraçada e dita pelo mala do Wiil Ferrel, só piora.

Mas o que evita que o filme se torne pior, é Zach Galifianakis, que em uma atuação contida, cria um personagem doce e sincero, mesmo quando está cometendo as besteira que o roteiro exige. Sua fala no fim é quase comovente. E os outros atores coadjuvantes também funcionam bem.
Mas não é o bastante: No geral é um filme irreal, sem graça e com final moralista que tenta ridicularizar o mundo político, mas não tem inteligência pra isso, e não duvido que seus realizadores votariam nos candidatos apresentados pelo longa.

Pelo menos, tem menos de 1:30 h de duração.

Nota 4

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

10 FILMES VISTOS NO FESTIVAL DO RIO


18 comidas(espanha)***
Bonitinho, agradável, um bom passatempo

Argo(EUA) *****

Melhor filme do ano, uma opinião maior mais abaixo.

Woody allen-o documentário(EUA)****
Um belo presente para os fãs de Woody allen, cheio de bom humor e ainda tem o mérito de     não esconder o fato mais polêmico da vida do diretor, seu caso com a enteada

Sala 514(Israel) ***
Bem interessante, mas meio repetitivo

Every body has a plan(Argentina) *
Um belo sonífero, chato e arrastado

Grandes esperanças(Inglaterra) *
Aquele tipo de filme que acha que todo mundo já leu o livro e é fã, e por isso vai entender tudo e aturar qualquer coisa.

O segredo da cabana(EUA) ***
É muito, muito, muito bizarro, e muitas vezes causa o riso e diverte um pouco. Mas não empolga.
Qual é o nome do bebê?(França)
Tão brilhante quanto Deus da carnificina, só que com um tom maior de comédia

Elefante branco(Argentina) ****
Um favela Movie interessante, principalmente por mostrar o ponto de vista de padres que estão em vias de perder a fé

Parada(Sérvia) *****
Emocionante, engraçado e uma bandeira contra o preconceito e não só preconceito sexual.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Argo


A história que inspirou Argo é tão brilhante, que é de se estranhar que até hoje não tinham feito um filme. Aliás se não fosse história real, seria um daqueles casos que iam dizer que o roteirista tinha enlouquecido.Coube a Ben Affleck  então, dirigir o longa e mostrar que tem muito mais talento dirigindo do que atuando.

Na trama, Iranianos invadem a embaixada americana para protestar contra o EUA que estavam dando asilo político ao ditador do Irã na época. Seis conseguiram fugir e pediram abrigo na casa do e na casa do embaixador canadense. Mas como seria impossível seis americanos saírem do Irã naquele momento,o agente da Cia Tony Mendez arma um ousado plano: Forjar uma produção de um filme de ficção cientifica em pleno Irã e com isso conseguir tirar os americanos de lá, alegando que eles são da equipe de produção.

No meio de um tenso cenário político, Argo ainda abre espaço pra tirar sarro de Hollywood com piadas inspiradíssimas sobre produções americanas e títulos de filmes que só são títulos de filmes por serem legais, mais que ninguém sabe o que significa. Caso do próprio Argo, que é o nome do filme falso que eles decidem fazer.

O principal mérito do filme é não julgar nenhum dos lados: iranianos culpam americanos e vice versa, mas o filme não escolhe o lado de ninguém e ainda mostra aquilo que todo mundo sabe: Que em um conflito são sempre os inocentes que pagam. Os reféns americanos não são responsáveis pelo asilo que seu país deu ao ditador (alguns nem concordam com isso).

Umas das melhores cenas do filme(senão a melhor) é a cena em que dois discursos são vistos paralelamente como se fossem uma coisa só, contando com uma montagem absolutamente genial que consegue a proeza de deixar a cena limpa e jamais confusa. E ambos os discursos falam sobre explorações. Um deles sobre o falso filme e sua exploração no espaço sideral e o outro sobre a exploração de petróleo que não tem nada de ficcional.

Tenso, mesmo que você já saiba o que aconteça no final,(a cena dentro um vã é incrivelmente angustiante), o filme ainda tem o grande mérito de não traduzir e nem legendar, boa parte das falas dos iranianos, pois ao não sabermos o que eles estão dizendo, a cena se torna mais assustadora.

O único problema é uma piadinha sobre um possível significado de Argo, já que além de sem graça, ela é repetida mais do que o necessário, muito embora ela possa ser engraçada em inglês e o defeito aqui seria culpa da adaptação da mesma para o português.

O melhor filme do ano

Nota 9,5