A
história que inspirou Argo é tão brilhante, que é de se estranhar que até hoje
não tinham feito um filme. Aliás se não fosse história real, seria um daqueles
casos que iam dizer que o roteirista tinha enlouquecido.Coube a Ben Affleck
então, dirigir o longa e mostrar que tem muito mais talento dirigindo do
que atuando.
Na trama, Iranianos invadem a embaixada americana para protestar
contra o EUA que estavam dando asilo político ao ditador do Irã na época. Seis
conseguiram fugir e pediram abrigo na casa do e na casa do embaixador
canadense. Mas como seria impossível seis americanos saírem do Irã naquele
momento,o agente da Cia Tony Mendez arma
um ousado plano: Forjar uma produção de um filme de ficção cientifica em pleno
Irã e com isso conseguir tirar os americanos de lá, alegando que eles são da
equipe de produção.
No meio de um tenso cenário político, Argo
ainda abre espaço pra tirar sarro de Hollywood com piadas inspiradíssimas sobre
produções americanas e títulos de filmes que só são títulos de filmes por serem
legais, mais que ninguém sabe o que significa. Caso do próprio Argo, que é o
nome do filme falso que eles decidem fazer.
O principal mérito do filme é não julgar nenhum
dos lados: iranianos culpam americanos e vice versa, mas o filme não escolhe o
lado de ninguém e ainda mostra aquilo que todo mundo sabe: Que em um conflito
são sempre os inocentes que pagam. Os reféns americanos não são responsáveis
pelo asilo que seu país deu ao ditador (alguns nem concordam com isso).
Umas das melhores cenas do filme(senão a
melhor) é a cena em que dois discursos são vistos paralelamente como se fossem
uma coisa só, contando com uma montagem absolutamente genial que consegue a
proeza de deixar a cena limpa e jamais confusa. E ambos os discursos falam
sobre explorações. Um deles sobre o falso filme e sua exploração no espaço
sideral e o outro sobre a exploração de petróleo que não tem nada de ficcional.
Tenso, mesmo que você já saiba o que aconteça no
final,(a cena dentro um vã é incrivelmente angustiante), o filme ainda tem o
grande mérito de não traduzir e nem legendar, boa parte das falas dos
iranianos, pois ao não sabermos o que eles estão dizendo, a cena se torna mais
assustadora.
O único problema é uma piadinha sobre um
possível significado de Argo, já que além de sem graça, ela é repetida mais do
que o necessário, muito embora ela possa ser engraçada em inglês e o defeito
aqui seria culpa da adaptação da mesma para o português.
O melhor filme do ano
Nota 9,5
Estou bastante ansioso, mas confiro apenas quando estrear, em novembro.
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