segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Argo


A história que inspirou Argo é tão brilhante, que é de se estranhar que até hoje não tinham feito um filme. Aliás se não fosse história real, seria um daqueles casos que iam dizer que o roteirista tinha enlouquecido.Coube a Ben Affleck  então, dirigir o longa e mostrar que tem muito mais talento dirigindo do que atuando.

Na trama, Iranianos invadem a embaixada americana para protestar contra o EUA que estavam dando asilo político ao ditador do Irã na época. Seis conseguiram fugir e pediram abrigo na casa do e na casa do embaixador canadense. Mas como seria impossível seis americanos saírem do Irã naquele momento,o agente da Cia Tony Mendez arma um ousado plano: Forjar uma produção de um filme de ficção cientifica em pleno Irã e com isso conseguir tirar os americanos de lá, alegando que eles são da equipe de produção.

No meio de um tenso cenário político, Argo ainda abre espaço pra tirar sarro de Hollywood com piadas inspiradíssimas sobre produções americanas e títulos de filmes que só são títulos de filmes por serem legais, mais que ninguém sabe o que significa. Caso do próprio Argo, que é o nome do filme falso que eles decidem fazer.

O principal mérito do filme é não julgar nenhum dos lados: iranianos culpam americanos e vice versa, mas o filme não escolhe o lado de ninguém e ainda mostra aquilo que todo mundo sabe: Que em um conflito são sempre os inocentes que pagam. Os reféns americanos não são responsáveis pelo asilo que seu país deu ao ditador (alguns nem concordam com isso).

Umas das melhores cenas do filme(senão a melhor) é a cena em que dois discursos são vistos paralelamente como se fossem uma coisa só, contando com uma montagem absolutamente genial que consegue a proeza de deixar a cena limpa e jamais confusa. E ambos os discursos falam sobre explorações. Um deles sobre o falso filme e sua exploração no espaço sideral e o outro sobre a exploração de petróleo que não tem nada de ficcional.

Tenso, mesmo que você já saiba o que aconteça no final,(a cena dentro um vã é incrivelmente angustiante), o filme ainda tem o grande mérito de não traduzir e nem legendar, boa parte das falas dos iranianos, pois ao não sabermos o que eles estão dizendo, a cena se torna mais assustadora.

O único problema é uma piadinha sobre um possível significado de Argo, já que além de sem graça, ela é repetida mais do que o necessário, muito embora ela possa ser engraçada em inglês e o defeito aqui seria culpa da adaptação da mesma para o português.

O melhor filme do ano

Nota 9,5

Um comentário:

  1. Estou bastante ansioso, mas confiro apenas quando estrear, em novembro.

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