sábado, 1 de junho de 2013

Faroeste Caboclo

Adaptar uma obra tão conhecida, normalmente garante um grande público. Porém os fãs mais radicais, não hesitarão em reclamar se tiver algo fora do lugar, assim como se estiver tudo certo, eles amarão o filme incondicionalmente e ainda vão criticar os que não gostaram, muitas vezes usando o falho argumento de que “não entenderam porque não conhecem a obra original”, mais o fato é que um filme tem que se sustentar por ele mesmo não importando o material em que ele se baseou ou foi adaptado.

O que chega a esse “Faroeste Caboclo”, filme inspirado na música de Renato Russo que apesar de ser quase certo afirmar que a maioria absoluta que foi/vai assistir conhece a canção original, o longa se sustenta sozinho, sendo fiel, porém não submisso, agradando aos fãs e aos leigos.

A história de João de Santo Cristo, que vai a Brasília, faz serviços ilegais, se apaixona por Maria Lúcia e cria uma rivalidade com um traficante de renome, é bem contada, apoiada por um belo clima de faroeste criado por seu diretor e equipe e brilhantemente atuada. Isis valverde, Felipe Abib e Cesar Troncoso fazem um belo trabalho como Maria Lúcia, Jeremias e Pablo. Porém o grande destaque é mesmo Fabrício Boliveira que com uma atuação impecável, transforma o protagonista do filme em um personagem que não deve nada a música e apenas seu olhar já transmite todo o sentimento do personagem.

Outro grande mérito do filme é a sutileza: Ao contrário dos links infantis e forçados vistos em “Somos Tão Jovens”, “Faroeste”tenta ao máximo evitar esse recurso e a forma sutil com que mostra que “de todos seus pecados ele se arrependeu” e que ele “era só ódio por dentro” chega a ser emocionante e fácil de perceber, até mesmo para os que não conhecem a obra original(mas a emoção é só pra que conhece).

Além disso, o roteiro é inteligente ao inverter a ordem de algumas coisas e fazer algumas adaptações para que faça mais sentido dentro do contexto do filme que é claro, não é 100% igual a música e uma falta de cuidado aqui, poderia deixar algumas pontas soltas e até mesmo ilógicas.

E suas soluções pessoais para algumas situações também merecem aplausos.

O que dizer das “bandeirinhas” na hora do duelo?

Absolutamente genial.

Nota 9,5



Um comentário:

  1. Um grande filme. Um dos melhores do ano, porque René Sampaio soube direitinho o que fazer com o material original.

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