domingo, 10 de abril de 2011

Rio


Não sou de me gabar por morar no Rio de Janeiro e menos ainda de ficar fazendo pouco caso de outras cidades e acho que existem problemas sérios aqui na “cidade maravilhosa”.

Mas visualmente falando, o apelido não é por acaso( e nem mesmo é exagero) já que o Rio de Janeiro tem paisagens de impressionar até os cariocas. Mas será que isso seria suficiente para fazer um filme?

O diretor Carioca Carlos Saldanha e o roteirista Don Rhymer de Vovó...Zona acharam que sim e criaram uma história bem fraquinha . Na trama, Blu, a última arara azul macho (que não sabe voar) vem dos EUA  para o Rio pra encontrar Jade a última arara azul fêmea. Porém eles são vítimas de traficantes de pássaros raros. O filme é um passeio pela cidade e conta com uma monte de situações bobinhas, piadas idems (também é só ver que é o roteirista),personagens que embora carismáticos, não tem lá muita graça(tem até boas piadas aqui e ali, mas...) e um monte de músicas chatinhas que ainda  atrapalham a narrativa.

E como acontece em muitos filmes protagonizados por animais, os personagens humanos são bastante unidimensionais: Ou são muito bons, ou muito maus, ou idiotas e esse último adjetivo se encaixa muito bem pra vários humanos desse filme, e embora cause risada vez ou outra, o fato é que tem momentos que irrita, como na cena em que o casal de donos das araras tenta  entrar no desfile e o homem começa a imitar uma ave como se só assim fosse convencer o segurança a deixá-los entrar.

Porém visualmente o filme é arrebatador; toda a parte técnica é impecável; Minha única reclamação é que o jogo de futebol visto no filme, jamais parece de verdade e sim um videogame, mas nada que comprometa.  A direção de Saldanha consegue valorizar toda a beleza da cidade, principalmente com suas tomadas aéreas já que a cidade vista de cima é ainda mais bonita.  Além  disso, mostrar boa parte das cenas no alto do ponto de vista de Blu me parece um grande acerto já que nos dá uma boa noção da altura e de que seria fatal se uma arara que não voa caísse de lá. Por outro lado os cartões postais da cidade são mostrados sem que na maioria das vezes sirvam para a história e como bem observou o crítico Pablo Villaça em sua análise, é demais aceitar que pra se chegar a um aeroporto clandestino tenha que se atravessar um desfile da escola de samba(eu nem tinha me tocado dessa falta de lógica).

A verdade é que por eu morar no Rio, o filme me impressionou mais, já que conheço muito do que foi mostrado, assim sendo fiquei impressionado com as ruas de Santa Teresa, a favela, e como sou fã de desfile Pde escolas de samba a cena na Sapucaí também me chamou muita atenção, além de claro o Cristo e o pão de Açúcar. O realismo do desenho me encantou. Se o filme se passasse em um lugar que eu não conheço, eu não teria como associar os pontos turísticos, com a realidade.

Um filme bonito de se ver, mas sem criatividade, mas eu não esperava muita coisa da equipe que criou o esquilo Scratch( A Era do Gelo) e ao perceberem o quanto ele era engraçadinho ,  repetiram diversas vezes as mesmas piadas por mais dois filmes.

Nota 6,5

Um comentário:

  1. Não quero assistir agora. Típico filme pra se esperar o lançamento do blu-ray.

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