Amor e outras drogas

Um representante da indústria farmacêutica se envolve com uma mulher que tem mal de Parkinson: ele é um sedutor que não quer compromisso sério com ninguém e ela uma garçonete que também não quer nada sério por saber que sua doença atrapalhará seus relacionamentos.

A partir dessa premissa o filme discute sobre remédios, doenças, amor, sexo,competição em vendas, concorrência, metas, entre outras coisas.

Esse monte de assuntos poderia render um filmaço bem reflexivo ou uma bagunça pra deixar todo mundo perdido. 

A estrutura irregular não permite que o filme seja uma grande comédia romântica/dramática, pelo menos não o tempo todo: tem momentos divertidos, tristes, românticos, mas esses momentos parecem  fazer parte de filmes diferentes; a conexão entre eles não é das melhores.

Mas o filme tem dois trunfos que faz com que ignoremos os problemas e embarcamos feliz na história: eles se chamam Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway ; o casal do filme é um charme e tem uma excelente química(já demonstrada em O Segredo de Brokeback Montain). Ele é um sedutor com muita confiança em si mesmo,que lembra muito Juan Antônio(Javier bardem) de Vick Cristina Barcelona. Ela se recupera de sua pavorosa interpretação em Alice no país das maravilhas e tem talvez sua segunda melhor atuação (perdendo apenas para a de o Casamento de Rachel).a jovem e bela atriz deixa pra trás de vez a áurea de atriz bonitinha de “o Diário da Princesa”, apostando em filmes com temas polêmicos.  merecia ser indicado ao Oscar de novo, aliás ele também.

Outro mérito do filme é ser sensual sem ser apelativo, fala de sexo abertamente, tem cenas de nudez, sem jamais ser vulgar.

Tocante em muitos momentos(a cena de um homem desabafando sobre o mal de Parkinson de sua esposa é arrasadora), o filme (que está longe de ser uma bagunça)tem todos os ingredientes para ser excelente. Pena que sua estrutura faz com que o resultado pareça vários episódios independentes, e essa não era a intenção.

Mais ainda assim, delicioso

Nota -8