sábado, 2 de fevereiro de 2013

Os miseráveis


Carta aberta a Tom Hooper.

Tom, Tom, tom!  Você deve ser um cara muito legal mesmo. Depois de ganhar um injusto Oscar por “O Discurso do Rei” agora você tem a chance de comandar esse belo filme, algo que certamente muitos diretores gostariam e teriam feito melhor; Porém já fico feliz que a tarefa não tenha sido dada a Rob Marshal.

Cara, você conta muito bem a bela história do filme, mas será que não percebe que os planos fechados e closers no rosto dos atores só atrapalham? Isso tira parte da grandiosidade que o filme possui. Mas o pior problema aqui é permitir que Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen fizessem parte do filme. Sei que a culpa não é só sua, mas eles estão insuportáveis, parecem saído de um filme dos trapalhões, e caso você não saiba do que se trata, pense em qualquer comédia pastelão americana. E não adianta dizer que é pra dar um alívio cômico a um filme tão triste, porque na verdade ele só destoam e irritam em uma obra tão bela e sensível como essa. Se não dava pra tirar, pelo menos os excessos tinham que ser controlados.

Mas a verdade é que no geral você se saiu muito bem com o elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe,  Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Samantha Banks(grande revelação) se saem muito bem, transmitindo grande emoção com seus personagens, mesmo que nem todos cantem muito bem. E Anne Hathaway meu Deus: Que personagem! que atriz! Ela me emocionou bastante.

Outro grande mérito do filme é o fato de ser um musical. As músicas eletrizam o filme e dão emoção as cenas que certamente não teriam o mesmo efeito caso os diálogos fossem falados ao invés de cantados, pelo menos na maioria  dos casos(principalmente nas cenas de batalha ou preparação pra uma).

E que direção de arte espetacular hein! Toda a recriação da França é brilhante.
Na verdade Tom, eu fiquei apaixonado pelo seu filme, mas também tive a sensação de que poderia ter sido uma obra prima.

Nota 9

Um comentário:

  1. "Se não dava pra tirar, pelo menos os excessos tinham que ser controlados."

    Eu acho que Os Miseráveis é um filme de excessos. O musical é um gênero de excessos, e por isso controlá-los mataria a essência do gênero. Quem deveria ter saído da produção é o próprio Tom Hooper, isso sim.

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