Carta aberta a Tom Hooper.
Tom, Tom, tom! Você
deve ser um cara muito legal mesmo. Depois de ganhar um injusto Oscar por “O
Discurso do Rei” agora você tem a chance de comandar esse belo filme, algo que
certamente muitos diretores gostariam e teriam feito melhor; Porém já fico
feliz que a tarefa não tenha sido dada a Rob Marshal.
Cara, você conta muito bem a bela história do filme, mas será
que não percebe que os planos fechados e closers no rosto dos atores só
atrapalham? Isso tira parte da grandiosidade que o filme possui. Mas o pior
problema aqui é permitir que Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen fizessem
parte do filme. Sei que a culpa não é só sua, mas eles estão insuportáveis,
parecem saído de um filme dos trapalhões, e caso você não saiba do que se trata,
pense em qualquer comédia pastelão americana. E não adianta dizer que é pra dar
um alívio cômico a um filme tão triste, porque na verdade ele só destoam e
irritam em uma obra tão bela e sensível como essa. Se não dava pra tirar, pelo
menos os excessos tinham que ser controlados.
Mas a verdade é que no geral você se saiu muito bem com o
elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Amanda Seyfried, Eddie Redmayne, Samantha
Banks(grande revelação) se saem muito bem, transmitindo grande emoção com seus
personagens, mesmo que nem todos cantem muito bem. E Anne Hathaway meu Deus:
Que personagem! que atriz! Ela me emocionou bastante.
Outro grande mérito do filme é o fato de ser um musical. As
músicas eletrizam o filme e dão emoção as cenas que certamente não teriam o
mesmo efeito caso os diálogos fossem falados ao invés de cantados, pelo menos
na maioria dos casos(principalmente nas
cenas de batalha ou preparação pra uma).
E que direção de arte espetacular hein! Toda a recriação da
França é brilhante.
Na verdade Tom, eu fiquei apaixonado pelo seu filme, mas
também tive a sensação de que poderia ter sido uma obra prima.
Nota 9
"Se não dava pra tirar, pelo menos os excessos tinham que ser controlados."
ResponderExcluirEu acho que Os Miseráveis é um filme de excessos. O musical é um gênero de excessos, e por isso controlá-los mataria a essência do gênero. Quem deveria ter saído da produção é o próprio Tom Hooper, isso sim.