terça-feira, 21 de junho de 2011

Meia-noite em París

Mostrar apenas as belezas de uma cidade sem se preocupar com uma boa história, pode render um bom cartão postal, mas possivelmente não renderá um bom filme. Preocupação que não houve em “Rio”, a animação de Carlos Saldanha.

Felizmente Woody Allen tem mais interesse em usar as belezas das Cidades para ilustrar seus filmes e não para protagonizá-los. Assim, filmes como Manhattan, Vick Cristina Barcelona e esse Meia Noite em París, vão muito além de um cartão postal, embora mostre pontos belíssimos das cidades.
Gil é um roteirista de filmes americanos, mas que está cansado disso, e sonha escrever um livro em París. Certa noite, andando pelas ruas, a meia noite, consegue de forma inesperada voltar no tempo e assim sendo acaba conhecendo muitos de seus ídolos e outras personalidades importantes. Algo que, claro, sua noiva Inez não acredita e seus sogros começam a desconfiar que ele está tendo um caso.

No “mundo real” Gil está infeliz e sua mimada noiva anda impressionada com um arrogante amigo. No mundo que ele visita, ele é feliz com seus ídolos e alí percebe que talvez sua noiva não seja a pessoa ideal pra ele. Uma forma que Woody Allen pode ter usado pra apresentar isso, foi logo no início do filme quando aparece o nome do elenco, pois já há diálogo na tela, e não mostra os personagens; algo incomum nos filmes do dele. Acho que ele pode ter mostrado o fato de que ela não estava nem ligando para o que ele dizia e para a vontade dele de morar na França.

Se apenas o conceito fantástico de encontrar ídolos de geração passada já seria o bastante interessante (quem não gostaria disso?) o filme vai além, ao brincar com a personalidade e excentricidade de cada um deles e se isso já é engraçado pra quem não sabe nada sobre essas pessoas, para quem sabe algo torna-se um prazer incrível e não consigo pensar em palavra pra descrever o que deve ser pra alguém que também os tenham como ídolos. A cena de Gil conversando com os surrealistas é muito engraçada e quanto mais se conhecer sobre os três, melhor ela deve ficar.

E no elenco Owen Wilson está impecável adotando o alter ego do diretor, que por mais repetitivo que possa ser, sempre diverte. Rachel McAdams também ótima como a linda e mimada noiva e sua forma física ainda ajuda muito nisso. E Michael Sheen também diverte como o arrogante amigo de Inez. E no elenco do passado destaque para Marion Cotilard, mas só por ter o papel maior, já que todos os outros estão hilários como celebridades.

O filme é engraçado, romântico, inteligente e principalmente uma declaração de amor..a París, ao cinema e a diversas outras formas de arte.e claro, a vida, não só a do passado como também a do presente.

A França ama Woody Allen e nada mais justo que um grande filme do diretor se passasse lá..e na minha opinião foi justamente o melhor dos 40 filmes dele.

Nota-10

Um comentário:

  1. Woody Allen é um dos diretores "must see" e o Owen Wilson faz o tipo boa praça que sempre me agrada (agrada tanto que eu gosto até de Drillbit taylor). Após assistir volto pra ler novamente sua crítica.

    Cheers!

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